Quarta-feira, 27 de Fevereiro de 2008

Espanha a caminho dos votos

Espanha entrou oficialmente em campanha eleitoral e aqui na vizinhança seguimos o debate Zapatero-Rajoy, que a TVE transmitiu e que muitos blogger seguiram em directo, sem esperar pelos resumos dos Telejornais Nacionais.
Pacheco Pereira, por exemplo, seguiu o confronto e escreveu no Abrupto:

“O debate transmite a dureza da vida política espanhola, mais radicalizada do que a portuguesa. Mas, no seu conjunto, mostra em ambos o esgotamento deste tipo de retórica política, deste teatro estudado ao milímetro, feito de acusações mútuas, que resulta cansativo e estéril. O que é que acontecia se aparecesse alguém a falar normalmente com dúvidas, reconhecendo erros, hesitações, com convicções mas sem tanta certeza, discutindo mais do que proclamando? Cada vez me parece mais que talvez, talvez, tivesse uma oportunidade”
Uma reflexão mais profunda, a que propõe Pacheco Pereira. Paulo Pinto Mascarenhas, no blog da Atlântico, achou que “o líder do Partido Popular espanhol marcou alguns pontos e fixou esta frase de Rajot: “O senhor esqueceu-se de dar corda à economia e a economia parou”.
Já Manuel Alberto Valente, no blog Origem das Espécies, recorre às sondagens que deram a vitória a Zapatero para dizer que, ainda assim, “a grande notícia do dia foi sem dúvida a posição tomada por Vargas Llosa. Apesar de apoiar agora o UPyD (União, Progresso e Democracia, o novo partido), a sua declaração enfraquece o PP e cai como uma luva na estratégia do PSOE”.
Carlos Loureiro no Blasfémias, acho que “Foi bom o primeiro debate do século em Espanha. (...) Tarefa difícil para Rajoy, a de contestar os dados macroeconómicos apresentados por Zapatero (...). A expectativa em Espanha era hoje elevada quanto ao impacto do debate nos resultados eleitorais. Discute-se agora quem venceu o debate. Para os leitores do El Mundo, foi Rajoy. Para os do El País, foi Zapatero”.
Fernando Martins no blog Cachimbo de Magritte acha que o debate “foi não só interessante como importante”. Porque, explica, “retomou uma prática interrompida durante várias legislaturas e usou uma metodologia de debate equilibrada entre a máxima liberdade e o controle mínimo” do moderador. Importante também para se perceber que “política e ideologicamente Zapatero e Rajoy têm um entendimento muito diferente daquilo que foi, é e deverá ser a Espanha. (...) Ou seja, em Espanha há posições claras e divergentes sobre os mais variados temas e tal facto (...) só enriquece uma sociedade e um sistema político democrático”.
Fernando Martins fala por comparação a Portugal, claro, onde essas diferenças são bem mais ténues entre PS e PSD.
Por fim, uma nota que vale a pena reter: Filinto Melo criou um blog, o Corresponsal Oporto, apenas para cobrir integral e diariamente a campanha espanhola. O novo blog “pretende ser jornalístico, (...) em termos de seriedade, equidistância, tratamento correcto e o mais rigoroso possível (...) da informação”. Vale a pena, por isso, para quem se interessa pelo tema, seguir as eleições da vizinhança num espaço alternativo aos media clássicos. Até ao dia 9 de Março, os dados estão lançados...


 

PS - Por engano, escrevi a crónica para hoje - quando hoje a Antena 1 tinha emissão especial de futebol e não houve Janela Indiscreta. Vou reeditar este texto para sexta-feira...

publicado por PRD às 18:27
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De filomeno a 1 de Março de 2008 às 16:19
La Primavera......¿Comenzará en España el día 9 de marzo?


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De
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Estes textos são escritos para serem “falados”, ou “lidos”, pelo que não só têm algumas marca de oralidade (evidentemente, propositadas...) como é meu hábito improvisar um pouco “em cima deles” no momento em que gravo a rubrica. Também é relevante dizer que, dado tratar-se de uma “revista de blog’s” – e uma vez que os blog’s não se preocupam com a oralidade ou com a eventual citação lida dos seus textos -, tomo a liberdade de editar minimamente os textos que selecciono. Faço-o apenas para que, em rádio, não se perca a ideia do blogger pelo facto de escrever frases longas e muito entrecortadas. Da mesma forma, não reproduzo palavrões nem frases pessoalmente ofensivas, assim como evito acusações cuja possibilidade de prova é diminuta ou inexistente. Sendo uma humilde crónica de rádio, tinha ainda assim de ter alguns princípios. São estes. Quem tiver razão de queixa, não hesite!

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