E ao final da madrugada ficou completa a lista – temos Óscares, uma escolha da Academia que nunca é consensual. Há opiniões para todos os gostos, uma voltinha pela blogoesfera, comecemos com Adolfo Mesquita Nunes no blog Arte da Fuga:
“Nada tenho contra a escolha da Academia, sobretudo porque as minhas esperanças eram reduzidas, mas confesso que estou a ficar farto de ver a Laura Linney ser preterida na corrida. Espero não ter que vê-la esperar o mesmo tempo que perdi à espera que o Scorcese finalmente fosse buscar aquilo que lhe era devido”.
José Teófilo Duarte, no Blog Operatório, acha que, “Com a quantidade de fitas fantásticas produzidas esta temporada, estou-me nas tintas que ganhe xis ou ípsilon. (...) Mas como o "chefe" Ratatui já levou um boneco para casa, já posso ir dormir descansado. Até pode levar o de melhor actor. Para rato é do melhor que tenho visto. Já é tempo de o Mickey ser mandado para o buraco”.
No mesmo sentido escreve a Pipoca Mais Doce no blog com o mesmo nome: “Foi mesmo fixe, senhores da Academia. A sério que sim. Ainda bem que fiquei acordada até às cinco da manhã para ver o No Country For Old Men, (...) sacar os prémios principais. Se não fosse o Ratatui a ganhar o filme de animação (...) e isto tinha sido a miséria total. Já não há factor surpresa, já não entradas em palco delirantes, já não há discursos daqueles de arrepiar. Uma tristeza. Não me voltem a convidar, que se é para isto não vale a pena”
É claro que mulher que se preze aprecia nos Óscares as roupas em exibição. A mesma Pipoca mais doce diz que as “farpelas das estrelas (...) estiveram ao mesmo nível da cerimónia. Fraquinhas. Digo desde já que, ao contrário do outro ano, nesta gala não houve nenhum vestido que me tirasse a respiração, que me fizesse guinchar "eu quero, eu quero".
Carla Hilário Quevedo no blog Bomba Inteligente escolhe de caras “o vestido da noite”, “o Jean Paul Gaultier da extraordinária Marion Cottilard”.
Voltando aos filmes propriamente ditos, sublinho Pedro Correia, no Corta-Fitas, quando escreve aquilo a que chama “a faceta de Hollywood que mais aprecio: reconhecer que cada personalidade é um elo de uma cadeia que vem de longe e que cada filme memorável não se deve ao talento de um só, mas ao talento de muitos”.
Um especialista, João Lopes, no blog Sound and Vision, confronta os irmãos Coen com Paul Thomas Anderson e escreve: “o formalismo dos primeiros sobrepôs-se à dimensão épica do segundo”. Mas ressalva: “Estou, então, "contra" os Oscars? Bem pelo contrário: foi um espectáculo magnífico, espelho ambivalente do presente — cinematográfico, tecnológico e político — e genuína celebração de Hollywood com todas as suas diferenças e contradições”.
Outro apaixonado do cinema, Nuno Markl, no blog Há Vida em Markl: “A noite dos Óscares trouxe um punhado de coisas muito agradáveis. A começar pelo humor do Jon Stewart que fez muito com pouco: pode não ter havido um daqueles vídeos épicos de abertura, mas o grande Stewart foi disparando boas piadas, (...) e quanto à distribuição das estatuetas, pareceu-me bem”.
Enfim, sem ter visto a emissão acabei por ficar com uma imagem muito completa do que se passou. Lá está, uma Janela bem indiscreta...