Estava já lançada a polémica quando o semanário “Expresso” foi um pouco mais à frente e revelou as pressões e soluções da sociedade Estoril-Sol para que o Governo Santana oferecesse um Casino, o Casino Lisboa... Começamos a habituar-nos de tal forma a esta maneira airosa de estar na politica que até a blogesfera não chega a indignar-se. E até consigo começar por citar quem desculpabiliza o cenário traçado:
“Toda esta história de um casino que paga por um edifício para depois o devolver ao Estado, parece-me uma daquelas bizarrias só possíveis num país neo-socialista”, escreve Paulo Pinto Mascarenhas no blog da revista Atlântico, para acrescentar: “O Estado não deveria ser concessionário de casinos. (...) O problema não é do capitalismo, mas do socialismo constitucional em que vivemos”.
João Gonçalves, no blog Portugal dos Pequeninos, acha que “a "história" do casino passa por todos. Desde o governo de Lopes até ao amável dr. Sampaio que promulgou o diploma (...). O dr. Assis Ferreira conhece a venalidade do regime independentemente de quem está no poder. Não é por acaso que administra casinos. É amigo de todos e todos são amigos dele”.
Nesta busca por opiniões diversas encontro Tiago Barbosa Ribeiro no blog Contratempos, que afirma: “O governo de Santana Lopes mudou a lei do jogo a pedido da Estoril-Sol. Em carta enviada ao esquecível Telmo Correia, cujo zénite político foi a assinatura de 300 despachos quando já tinha sido despedido pelos portugueses, a empresa considerou que a alteração proposta seria «insusceptível de ser interpretada como relacionável com a clarificação da situação concreta». Isto, meus caros, podia dar um prémio de retórica. Saiu-lhes apenas um casino, coitados”.
João Severino, no blog Pau para toda a Obra, recorda outro casos para chegar ao mesmo ponto: “No caso que vier a suceder aos casos dos sobreiros, dos submarinos, dos todo-o-terreno militares, dos helicópteros, das fotocópias pela calada da noite, dos despachos pela calada da madrugada (...) e da Estoril-Sol... no caso que vier a suceder a esses e mais àqueles que devo estar a esquecer-me (...), assumam de frente a borrada que fizeram. Ao menos, digam só que não sabiam que era borrada”.
J. Ricardo, no blog Res Civita, afirma que só lhe ocorre a palavra falcatrua: “Esta palavra, de origem decerto popular, não implica necessariamente um significado que comporte uma ilegalidade declarada. Um sujeito falcatrueiro é um chico-esperto. Dois sujeitos falcatrueiros são dois chicos-espertos”.
Pois são. Dois ou mais. Esta história ainda vai no começo, mesmo que nunca chegue ao fim. Como tantas, não é?