Sexta-feira, 14 de Setembro de 2007

Blog da semana: Blogtailors

Foi através do sempre bem informado Francisco José Viegas que cheguei ao blog da semana – que sendo recente (tem exactamente oito dias de vida), parece destinado ao sucesso. Chama-se “Blogtailors”, nasce dos consultores editoriais “Booktailors”, e assume-se como “um espaço onde todos os interessados em edição, profissionais ou curiosos, possam participar e conversar sobre edição. É um lugar para fazer amigos e trocar opiniões”.No seu estatuto editorial, os “Blogtailors” dizem que não querem ser “um blog genérico que fala sobre tudo e sobre nada, muito menos um blog que fala sobre nós ou os nossos gostos. Na verdade, dizem eles, queremos saber de vocês. Queremos saber os livros que vocês lêem ou fazem, queremos saber das vossas novidades e transmitir também aquilo que sabemos e aquilo que fazemos. Queremos, ao fim e ao cabo, partilhar”.
Prometem “entrevistas, dicas e novidades”, e aproveitam o blog para promover a sua actividade de consultores editoriais.
Um dos primeiros posts do novo blog é sobre a polémica medida das Livrarias Bertrand de alterar as condições de relacionamento comercial com os editores. Para lá da opinião que qualquer um possa ter, a forma como o blog coloca o problema traduz seriedade, sentido de responsabilidade, e uma atitude ética muito escorreita.
Mas também já se encontra no “Blogtailors” uma bolsa de emprego e formulas para novos autores apresentarem as suas obras, além de links para todas as editoras portuguesas que estão presentes na Internet. “Queremos avançar ideias, nossas e vossas; apoiar quem quer deixar de discutir e começar a fazer; elogiar quem já o faz bem e merece relevo; dar a conhecer algumas pessoas por detrás das fichas técnicas; revelar curiosidades e peripécias de um meio onde quase sempre se trabalha por gosto”, dizem os “Blogtaylors”.
Reunida toda a argumentação, escolho-o blog da semana - porque já nasce com futuro. Tem a ambição de ser “O blog da edição de livros em Portugal” e é bem provável que o consiga.
publicado por PRD às 18:52
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Quinta-feira, 13 de Setembro de 2007

Scolari, de novo a besta...

Era inevitável: Scolari, e a cena final no jogo com a Sérvia, ontem à noite, domina as atenções da blogoesfera. Ultrapassa o Dalai Lama e o começo do ano escolar em atenção e interessa. Num país onde há 10 milhões de candidatos a treinadores da selecção nacional, aqui está um pasto verde para todos...
“Sempre defendi que fosse despedido”, escreve Bruno Sena Martins no blog “Avatares de um desejo”, “mas uma decisão certa pelas razões erradas é uma decisão errada. Pacifista que sou, a minha solidariedade é pelo homem desesperado que desata ao sopapo. Por uma vez não contem comigo para o deitar abaixo”.
Nem comigo, acrescento eu. Deitado abaixo já está na pena de Bruno santos no blog “Baixa Autoridade”: “Scolari dá por terminada a sua carreira na selecção nacional e assinala o momento com um gancho de esquerda sobre um estranho e muito alto atleta sérvio”.
João Reis Ribeiro, no blog “Nesta Hora”, usa a expressão óbvia - “Entre o bestial e a besta”. E escreve: “A palavra mais suave que os jornais encontraram foi "vergonha" para o "Mister". Então o homem que nos encheu de orgulho, levando-nos a estimar (e a exibir) a nossa bandeira, já não serve para nada? Torna-se irritante esta prática jornalística que transforma, nuns dias, um indivíduo em génio e, noutros, o mesmo indivíduo em subespécie. A imprensa glorificou Scolari; a imprensa tem-no pressionado; a imprensa derrota Scolari. Quem pede à imprensa que seja juiz?”
Eis uma boa pergunta – a que uma resposta empírica diria: são os leitores, quem sabe...
Por exemplo, o politico Jorge Ferreira, no seu blog “Tomar partido”, não hesitou um segundo ontem à noite: “Uma vergonha. Obviamente, espero que amanhã já não seja o seleccionador nacional”.
Nelson Marques, no blog “Tribo do futebol”, prefere analisar o tema pela lógica dos públicos e dos treinadores e parece pensar que a cena de violência não seria condenatória se porventura Portugal tivesse ganho...
“O divórcio do público em relação ao seleccionador não traz nada de novo. Scolari, como qualquer treinador, será sempre bestial quando ganha e besta quando perde. Mais grave será um eventual divórcio com a equipa e, para isso, era bom que Scolari voltasse a convocar a Nossa Senhora do Caravaggio para que o ajude a unir as tropas em torno do objectivo”.
Salva-nos de desgraça, então, a ironia e o humor. Encontro primeiro no blog “Irmão Lúcia” com Pedro Vieira: “Se o scolari interrogasse a kate mccann a verdade saltava toda cá para fora”
E melhor ainda para fechar a loja, com Rodrigo Moita de Deus no “31 da armada”: “Empatar jogos fáceis, deixar o apuramento para a última jornada, bater nos adversários no final do jogo. Depois de tantos anos por cá, o único problema de Scolari é estar a aportuguesar.”
E assim ficamos. Volto amanhã com mais notícias do mundo de lá......
publicado por PRD às 19:15
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Quarta-feira, 12 de Setembro de 2007

Cabazadas

Já não sei como começou a história, mas sei que encontrei este post de Pedro Marques Lopes no blog “31 da Armada”, e percebi que começava ali, ou por ali passava, uma polémica divertida. Escrevia ele:
“Ando divertidíssimo com a histeria colectiva que a nossa selecção de Rugby anda a provocar. Subitamente, as pessoas que tanto criticam os nossos jogadores de futebol quando estes perdem, resolvem glorificar uns rapazes que vão levar cabazadas ao mundial da modalidade. Para tal, basta uma boa campanha de marketing, umas declarações grandiloquentes sobre a pátria, umas lagrimitas durante o hino e já está.
A mais risível das coisas é justificar as mais que previsíveis derrotas humilhantes com o “grande” argumento de que aqueles rapazes são amadores. E então?”
Daqui para diante, dá para imaginar o que se segue? Dá.
João Villalobos, no blog “Corta fitas”, responde-lhe à letra:
“Amanhã estamos lá outra vez e perdemos por menos. Depois de amanhã voltamos a estar e ganhamos. Deliro? Extravaso a minha culpa por ter recusado ingressar nas fileiras do Dramático do Cascais há anos sem fim? Quiçá. Mas, se agora os Lobos levarem inevitáveis «cabazadas», estou certo de que mesmo assim a sua presença no Mundial vai - obrigatoriamente - provocar várias consequências: atrair mais praticantes; fazer com que os patrocinadores olhem de outra forma para a modalidade; criar uma maior solidez no treino de todas as equipas. E tudo isto é bom, nada disto é fado”
Vasco Barreto, no blog “Memória inventada”, vai mais longe e critica os comentadores:
“Parabéns aos amadores de râguebi pela presença no mundial, mas desde quando precisamos dos desportos amadores para dizer mal do Scolari? Haja brio no acto de insultar.”
A discussão vai alta... Nuno Ramos de Almeida atira achas para a fogueira:
“A vantagem da selecção nacional de futebol, em comparação à de râguebi, é que, tendo mais jogadores brasileiros (e menos argentinos) e muito menos betos, não fazem aquela figura a cantar o hino".
Maradona, essa autoridade nacional no desporto, no blog “A Causa Foi modificada”, esclarece por fim: de acordo com o post de Pedro Marques Lopes, mas Ana Matos Pires fez, na sua “modesta opinião”, o melhor comentário do ano: «Bem, que ataque de mau feitio, Pedrinho». Não era preciso ver os cabelos dos nossos jogadores de rugby para adivinhar que este é o típico comentário de uma adepta de rugby”, remata Maradona.
Isto é, e agora digo eu: entre os adeptos da modalidade e os pára-quedistas de última hora, isto hoje parecia mesmo um combate de boxe, nada de rugby nem jogo de bola...
Volto amanhã com mais notícias desse mundo de lá, neste dia com bola e tudo...
publicado por PRD às 23:46
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"Sospecho", claro que sim...

Ainda que seja um novo mundo aberto às ideias inovadoras de toda a gente, a blogoesfera revela-se muitas vezes mais previsível do que um velho jornal de província. Prova disso foi o começo deste dia 11: posts e mais posts com reflexões, homenagens, sinais, daquele acordar no pesadelo de 2001 em Nova Iorque. Como se fosse uma obrigação, lá vem a conversa do costume.
Opto por passar ao lado da efeméride e insistir no caso McCann, tanto mais que foi tema do programa da RTP “Prós e Contras” ontem á noite – e esse é, claramente, um dos debates preferidos da blogoesfera nacional.
Paulo Pinto Mascarenhas, por exemplo, no blog da revista “Atlântico”, dispara a matar:
“José Miguel Júdice espanta-se com o tempo que os media dedicaram ao assunto todos os dias. “Encher chouriços” é a expressão. Pouco depois um senhor espanhol, Crabrera de seu nome, perora sobre “el cambio” no aspecto facial de Kate McCann. “Sospecho”. Percebo a aplicação da expressão de Júdice. Ficção por ficção, prefiro a competente: antes o CSI na SIC”.
Eduardo Pitta, no blog “Da Literatura”, parece claramente desconfiado de tudo o que se passa: sublinha que a polícia britânica escoltou a família McCann do aeroporto a casa, e desconfia da Sky News, “que parece deter o exclusivo da cobertura”. Remata: “Bem pode a polícia algarvia espernear. Do Leicestershire já ninguém arranca os McCann”.
Raimundo Narciso, no blog “Puxa Palavra”, titula um post com a frase exemplar: “Escasseia o pão, sobeja o circo”. E escreve:
“Fátima Campos Ferreira e a sua parafernália de especialistas... Começou agora a segunda parte e começo a crer que ela também não sabe nada. Estou para ver que chegamos ao fim e nada. Se foi raptada sequestrada ou... Se a nossa judiciária é melhor que a deles ou o contrário. Se os tablóides deles são melhores que os nossos, e se a nossa opinião pública culpa os pais mais ou menos que a deles e qual delas vai ganhar. Se enganaram o Papa ou não. Zac, zac e zac vou desligar a Fátima. Irra, zac.”
No mesmo blog, João Abel de Freitas acha que “Confusão é a palavra mais indicada. Maddie não merecia esta confusão. Como pessoa merecia viver e ter o seu percurso. Após 4 meses de imenso jogo global, eis que o casal McCan pode criar a sua marca comercial”.
Para rematar esta volta rápida por alguma blogoesfera, aterro no “Bloguitica” e leio Paulo Gorjão:
“Eduardo Dâmaso, director-adjunto do Correio da Manhã, acusa a comunicação social do Reino Unido de produzir «um jornalismo que se porta como mera extensão dos desígnios, mais ou menos ocultos, do Estado inglês». Independentemente da veracidade desta acusação, seria mais interessante saber que auto-retrato faz o jornalismo português da sua cobertura do «Caso Maddie»”.
Esse auto-retrato ficou mais ou menos feito por Henrique Monteiro no programa da RTP, mas está obviamente por fazer em geral. E na blogoesfera, em particular – lugar onde as emoções tantas vezes se sobrepõem às razões.
Volto amanhã com mais notícias do mundo de lá.
publicado por PRD às 02:22
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Segunda-feira, 10 de Setembro de 2007

O Caso Maddie

Se calhar está mesmo “Tudo Maluco”, como comentava ontem Pedro Picoito no “Cachimbo de Magritte”, mas a verdade é que desde há uns dias que se exerce em Portugal, como ele escreve, “o nobre exercício de trucidar o casal McCann”.
A blogoesfera não escapa à voragem dos comentários sobre o volte-face do caso do desaparecimento da pequena Maddie...
José Teófilo Duarte, no “Blog Operatório”, depois de umas longas férias, vem a terreiro e escreve:
“A populaça já iniciou o ciclo de vaias. Aquele povo sofredor quer sangue. Estão achados os culpados e já foram condenados por estes implacáveis juízes. A partir de agora está montado um circo à porta da polícia Judiciária de Portimão. E as vedetas são eles: já dão entrevistas em directo e tudo. As telenovelas não satisfazem a mórbida curiosidade desta gente. A realidade é ainda mais perfeita”.
Miguel Portas, no blog “Sem Muros”, está de acordo:
“Os noticiários do almoço abriram, mais uma vez, com o caso Madeleine. Todos passaram imagens da mãe Mcann a dirigir-se para a judiciária. Estavam umas dezenas de populares e ouviram-se apupos. É tramado. Aquela gente, que uns dias antes ali poderia estar de lágrima no olho, mais um bocado e dispor-se-ia a linchá-la. De bestial a besta, portanto. Que teremos dentro de nós que nos torna capazes do melhor e do pior?”
José Medeiros Ferreira no “Bicho Carpinteiro”, alinha com a populaça porque acha que “nada é transparente e tudo parece coreografado” na atitude do casal inglês.
Já o jornalista Nuno Simas, no blog “Glória Fácil”, prefere reflectir sobre o trabalho da Policia Judiciária e a relação directa com o Governo:
“Se a PJ “meter água” neste processo, com meio mundo a assistir, bem podem o Governo e o ministro Rui Pereira pôr as barbas de molho. Para já não falar do director da PJ”.
É interessante ver como os jornalistas gostam de misturar ministros com casos de polícia... O primeiro erro de Simas é que a PJ depende do Ministro da Justiça, que é Alberto Costa, e não de Rui Pereira. O 2º erro é que, mesmo assim, se a PJ meter água, o ministro tem zero a ver com o tema, parece óbvio...
Bom, fecho o dia com Rui Castro que aproveita este tema para meter outra acha na fogueira, no blog “31 da Armada”. Escreve ele:
“Todos os dias têm sido publicadas notícias a propósito do caso da criança inglesa desaparecida no Algarve. O nível de pormenor é impressionante, com a divulgação pelos jornais e televisões de questões colocadas a testemunhas e arguidos em sede de inquérito, bem como as respectivas respostas. Da última vez que peguei nos manuais de direito penal, a violação do segredo de justiça era ainda crime. Se assim (ainda) é, não compreendo como é que não há notícia de um único inquérito que tenha sido aberto tendo em vista a punição dos prevaricadores.”
Como se vê, o regresso do caso McCann tem muitas pontas novas por onde pegar. Vamos ver o que os próximos dias nos reservam, eu volto amanhã com mais notícias do mundo de lá...
publicado por PRD às 00:35
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Presente de estreia...

Como tenho a absoluta certeza de ter, nesta estreia, apenas um leitor (obviamente, eu próprio!), dou-me ao luxo de oferecer ao leitor deste blog um presente que muito raras vezes repetirei: a crónica desta segunda-feira, dia 10, com 18 horas de antecipação em relação à emissão radiofónica... Vai de seguida, com os cumprimentos da gerência!
publicado por PRD às 00:28
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Começo de Conversa

A pedido de várias famílias, os textos da coluna radiofónica Janela Indiscreta (Antena 1, RDP, de segunda a sexta, às 18:20), vão passar a ser disponibilizados aqui com a metódica regularidade da minha caótica organização.
Devo começar por dizer que os textos são escritos para serem “falados”, ou “lidos”, pelo que não só têm algumas marca de oralidade (evidentemente, propositadas...) como é meu hábito improvisar um pouco “em cima deles” no momento em que gravo a rubrica.
Também é relevante dizer que, dado tratar-se de uma “revista de blog’s” – e uma vez que os blog’s não se preocupam com a oralidade ou com a eventual citação lida dos seus textos -, tomo a liberdade de editar minimamente os textos que selecciono. Faço-o apenas para que, em rádio, não se perca a ideia do blogger pelo facto de escrever frases longas e muito entrecortadas.
Da mesma forma, não reproduzo palavrões nem frases pessoalmente ofensivas, assim como evito acusações cuja possibilidade de prova é diminuta ou inexistente.
Sendo uma humilde crónica de rádio, tinha ainda assim de ter alguns princípios. São estes. Quem tiver razão de queixa, não hesite!
Obrigado.
publicado por PRD às 00:26
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Estes textos são escritos para serem “falados”, ou “lidos”, pelo que não só têm algumas marca de oralidade (evidentemente, propositadas...) como é meu hábito improvisar um pouco “em cima deles” no momento em que gravo a rubrica. Também é relevante dizer que, dado tratar-se de uma “revista de blog’s” – e uma vez que os blog’s não se preocupam com a oralidade ou com a eventual citação lida dos seus textos -, tomo a liberdade de editar minimamente os textos que selecciono. Faço-o apenas para que, em rádio, não se perca a ideia do blogger pelo facto de escrever frases longas e muito entrecortadas. Da mesma forma, não reproduzo palavrões nem frases pessoalmente ofensivas, assim como evito acusações cuja possibilidade de prova é diminuta ou inexistente. Sendo uma humilde crónica de rádio, tinha ainda assim de ter alguns princípios. São estes. Quem tiver razão de queixa, não hesite!

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