O antigo presidente da Câmara do Porto Nuno Cardoso foi condenado, há 2 dias, a três anos de prisão com pena suspensa por crime de prevaricação. Nuno Cardoso assinou um despacho que perdoou uma coima ao Boavista por o clube portuense se encontrar a construir sem licença e o juiz do tribunal que julgou o caso falou de uma “teia” entre o poder autárquico e os clubes de futebol e apresentou a sanção como um exemplo contra o sentimento de impunidade que muitos cidadãos descrevem. “Que tudo isto sirva para um alerta de consciências”
Nuno Cardoso vai recorrer, claro, mas entretanto deixou uma frase misteriosa no fim da sentença: “Estou de volta à política”, disse ele.
No blog Tomar Partido, Jorge Ferreira achou que a frase do juiz, “Que tudo isto sirva para um alerta de consciências”, foi quanto bastou “para Nuno Cardoso anunciar, acto contínuo, o regresso à política. Só não disse se será em Felgueiras ou em Oeiras...”.
Colocado o tom, vamos ver outros comentários. José Carlos Guinote, no blog
Pedra de homem, acha que essas “declarações do ex-autarca de que vai voltar à política são no mínimo despropostitadas. (...) Admitindo o direito de recurso, que é um direito de qualquer acusado, o que é um facto é que existiu uma condenação, que determinaria da sua parte a necessidade de prolongar o período de reserva a que se terá submetido”.
Filipe Tourais no blog País do burro, nota que a eventual pena suspensa de Nuno Cardoso resulta de uma lei que juntou PS e PSD e aprovou “o alargamento do limite legal da suspensão de penas de prisão de 3 para 5 anos. (...) Nuno Cardoso saiu do tribunal com a promessa de um regresso para breve à vida política activa: feliz e, mais importante que tudo, em paz com o divino. Não serão os últimos”, diz Filipe.
Jose Freitas no blog Aventar deixa uma pergunta no ar: “E se Nuno Cardoso ainda fosse presidente da Câmara do Porto? Também seria condenado para alertar consciências?”
Condenado por condenado, prefiro a versão de Waldorff no Blogue dosa Marretas, que escreve de forma clara:
“Nuno Cardoso condenado a três anos de prisão com pena suspensa.
E pensa o vulgar cidadão.
- Bem, o homem deve estar envergonhado por isso vai sair discretamente pela porta do fundo.
Tá bem, tá.
Agora que o tribunal pronunciou esta sentença, Nuno Cardoso anunciou aos jornalistas o seu regresso à vida pública..
Ser condenado começa a ser condição necessária para ingressar na política.”.