Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2008

De tudo um pouco

Hoje não há tema – hoje há temas, salto de blog em blog, trago boas noticias, humor, uma ideia, e uma tolice também.
Comecemos pela tolice. Melhor dito: por aquela ideia do preso por ter cão e preso por não ter. Há milhares de razões para criticar o Governo e José Sócrates. Mas há gente que mesmo quando é para elogiar, consegue encontrar forma de criticar.
Daniel Oliveira hoje mesmo no blog Arrastão:
José Sócrates anunciou o aumento (...) do complemento solidário para idosos, a criação do subsídio social de maternidade e um aumento (...) no abono de famílias das famílias monoparentais. Isto um dia depois da remodelação. Ou seja, o calendário das medidas sociais deste governo é decidido em função da gestão da imagem do próprio governo. Não havia dinheiro. De repente já há”.
Era o que eu dizia: preso por ter cão, preso por não ter.
Do outro lado do muro, uma boa noticia que é sublinhada por um liberal que está longe do PS mas mesmo assim consegue manter alguma independência no olhar. Manuel Falcão, blog Esquina do Rio:
“A Câmara Municipal de Lisboa resolveu voltar a apoiar a Experimenta Design – que desta vez tem um pólo internacional, em Amesterdão. Não entendo porque é que a oposição se absteve ou votou contra a proposta que António Costa apresentou. É com posições destas, em temas destes, que as oposições se descredibilizam”.
Agora mudemos de assunto para descobrir uma ideia. Encontro-a no blog Rafeiro Perfumado, num longo texto sobre os comerciantes, os empregados de balcão, aqueles que servem o público. A ideia resulta desta constatação do autor: há “clientes que pensam que são reis e senhores, não só da loja como dos empregados, os quais apenas existem para os servir, arrojando-se aos seus pés. Pois aí vai outra verdade chocante: aquela tanga do cliente ter sempre razão é mentira! Tem razão quando de facto a tem, nas restantes ocasiões é um simples imbecil (...) É por esta e por outras - cá está então a ideia original... - que defendo a criação de um livro de reclamações mas sobre os Clientes. Assim, sempre que algum levantasse a voz, fosse mal educado ou outra parvoeira, o empregado pediria de imediato o livro de reclamações do animalejo. O que fazia depois com ele, isso deixo à vossa imaginação...”
Uma ideia interessante do Rafeiro Perfumado.
E vou saindo de fininho, com dois momentos de humor comparado, um para o PSD, outro para o PS, para que não digam que sou parcial. Escreve João Nazaré no blog Sortido Fino:

“O Sr. Menezes do PSD continua a parecer um bonsai duma Sequóia Gigante”
E pergunta Vítor Abreu, no blog Jantar das quartas: “Será a nova ministra da Saúde o Makukula de Sócrates?”
Enfim, noticias, ideias, humor e palpites – um olhar rápido e variado do dia na blogoesfera...

publicado por PRD às 18:40
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Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008

Mudar, mudar

Tanto se falou da remodelação, que ela chegou, enfim. Desde o primeiro minuto de ontem à tarde, multiplicam-se os comentários, algum humor, criticas e elogios.

Paulo Querido, no blog Mas Certamente Que Sim, é seco no comentário: “Diz que José Sócrates remodelou o governo. Eu não quis crer e fui-me às notícias. Era apenas meia verdade”.
Carlos Manuel Castro, no Palavra aberta, vai no mesmo sentido mas apoia: ”O Primeiro-Ministro podia aproveitar a oportunidade para refrescar o Executivo em áreas necessitadas de renovação, como a Economia, Ambiente e Obras Públicas. Assim, mudou, e bem, numa das áreas mais apagadas, a Cultura”.
Paulo Pinto Mascarenhas chama-lhe, no blog da Atlântico, uma “Remodelação à Cavaco”: “Acabo de ouvir que Correia de Campos e Isabel Pires de Lima sairam do Governo - “a seu pedido”. Até nas remodelações José Sócrates quer imitar o estilo Cavaco Silva”.
Vital Moreira, no Causa Nossa, defende Correia de Campos: “O afastamento do Ministro da Saúde na esperada remodelação governamental constitui uma clara vitória da rua, do aparelho do PS e da oposição. Decididamente, é impossível fazer reformas contra os interesses estabelecidos, contra as visões localistas e contra o clamor demagógico dos média”. Com ele está também Rodrigo Adão da Fonseca, no Insurgente, que escreve: “Ainda ontem jurava que Sócrates ia segurar Correia de Campos, por achar que (...) recompensaria quem teve a coragem de promover reformas. Enganei-me redondamente. A pressão foi forte demais, e cai o melhor ministro deste Governo, responsável, desde o tempo de Guterres, por uma linha de acção na Saúde que tem dado bons resultados”. Mas Rodrigo nota também que estas escolhas “representam um piscar de olhos a uma certa ala do PS, provavelmente convidando à pacificação interna, rumo a 2009”.
Já Cristina Vieira, no blog Contra-Capa, tem outra opinião: “Feito o trabalho mais sujo, porém necessário, acredito que seja necessário imagem e, principalmente, a forma de explicar as reformas em curso. Ana Jorge, sim, talvez consiga clarificar melhor as opções tomadas uma vez que acredita na reforma em curso”.

Pacheco Pereira, no Abrupto, é cortante: “Na verdade, a remodelação é só de um ministro e dá um sinal aos outros que acabou o período em que o Primeiro-ministro era indiferente aos assobios e a Manuel Alegre. Os manifestantes da rua, os assobiadores da CGTP e Manuel Alegre é que fizeram a remodelação. Mau sinal”.
Ainda sobre Correia de Campos, Pedro Correia no Corta-Fitas chama-lhe o “ministro embaciado” e escreve:
“José Sócrates, num assomo de lucidez, decidiu afastar do Governo o ministro cuja imagem estava irremediavelmente embaciada. Já começa a cheirar a eleições. E o que tem que ser tem muita força”.
Eduardo Pita, no blog Da Literatura, acha que “Tudo visto, foi mantido o equilíbrio de género”.

Correia de Campos é sempre mais falado do que Isabel Pires de Lima, que tem em Rodrigo Moita de Deus, no 31 da Armada, o comentário do dia:

“A principal surpresa desta remodelação
- ainda não tinha reparado que a Isabel Pires de Lima era ministra”.
No fim, tudo lido e relido, fica a duvida que Daniel Oliveira deixa no Arrastão: “mudam os ministros, vão mudar as políticas na saúde e na cultura?”
Boa pergunta. Mas essas já são cenas dos próximos capítulos...

publicado por PRD às 18:23
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Terça-feira, 29 de Janeiro de 2008

Oh, não, outra vez a ASAE...

O tema ASAE, julgava eu, ia começar a baixar de tom, e acabaria por desaparecer do debate nacional. Erro: veio Mendes Bota comparar a Autoridade à PIDE, veio depois José Sócrates elogiar a instituição. Acordou de novo o monstro.
Susana, no blog Aspirina B, ouviu Mendes Bota e escreveu: “A mim o que choca não é o ataque ao dito, mas o grotesco da comparação. É estar mais atento ao folclore que à gravidade. Ignorar 48 anos de história, e suas consequências, em troca de uma piada seca” Carlos Botelho, no Cachimbo de Magritte, vai mais longe: “Esta é uma daquelas burrices (…) que só servem o adversário. O engenheiro Sócrates abocanhou logo a oportunidade. Lá veio ele, carpindo o escândalo, esbracejar indignadíssimo (…) contra o ataque à sua ASAE”. José Medeiros Ferreira, no Bicho-carpinteiro, garante que se deu “o primeiro grande esclarecimento entre José Sócrates e a direita política e até social. (…) A ASAE- que em princípio, é apenas um serviço de fiscalização alimentar e económica - foi apelidada pelo chefe do governo de «instituição do Estado» que «veio para ficar». Para o caso do PSD do Algarve e Madeira ainda não ter percebido e nenhuma agência de comunicação (…) ter explicado a Filipe Menezes”.
Francisco José Viegas põe água na fervura e tenta a via do senso no blog Origem das Espécies:
“A actividade da ASAE é desejável e fundamental, no sentido em que é (…) uma agência de segurança alimentar. A ASAE levou o que levou porque tratou o país como coisa sua, a coberto da lei. (…) É bom que regresse o bom-senso. O primeiro-ministro está irritado, mas é a vida. Que ralhasse primeiro”.
Vital Moreira, no Causa Nossa, limita os danos à oposição. O PSD diz que só José Sócrates leva a sério a ASAE, Vital responde: “Uma oposição séria e responsável também deveria respeitar e apoiar o organismo público que veio dar visibilidade e eficácia à defesa da segurança económica e alimentar (…), condição elementar de um país civilizado. Mas pelos vistos falta essa oposição”.

Termino o passeio no blog Grande Loja do Queijo Limiano, onde José lança um olhar mais geral sobre o organismo:
“O problema principal da ASAE, não é apenas o da visibilidade dos "shows-off" do seu Inspector Geral, o fumador de casino, António Nunes. É principalmente, o da credibilidade de um organismo público, colocado perante a necessidade de actuações discretas em alguns casos e em visibilidade firme (…), perante outros. (…) No fundo, é um problema de quem não entende o povo português e as idiossincrasias que lhe são próprias. Neste, como noutros assuntos. Continua a ser, por isso, um problema de senso comum, na actuação concreta que não se compadece com fundamentalismos em áreas como a restauração, tendo em conta o país real que somos e continuaremos a ser: "um país engravatado todo o ano que se assoa à gravata, por engano", no dizer de Alexandre O´Neill.”
Não podia fechar com palavras mais certeiras…

publicado por PRD às 18:43
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Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008

«À política o que é da política»

A decisão da direcção do PSD de levar uma equipa da agência Cunha Vaz para ajudar o grupo parlamentar a comunicar eficazmente lançou grossa confusão. «À política o que é da política», terá dito o líder da bancada do PSD, Santana Lopes.
Nos dias que se seguiram, correu a polémica. Samuel, no blog O Cantigueiro, divertiu-se com a notícia e escreveu: “É genial! O homem dá-se ao trabalho de derrubar o dirigente do seu partido, garantindo aos militantes que, não só tem ideias políticas, como estas são as melhores para (...) o país. Poucas semanas depois de tomar o poder no partido, faz o quê? Começa a divulgar e defender essas ideias? Não! Contrata uma empresa de "propaganda", cheia de jovens assaz criativos que passarão a escrever-lhe umas frases giras e que fiquem no ouvido, para ir fazendo ruído nos jornais e televisão!”
Um profissional, Luís Paixão Martins, vem a terreiro, no seu blog, e afirma: Santana ganhava em ter consultores de comunicação. Explica então: “Santana Lopes é, em termos de marketing pessoal, aquilo a que podemos chamar um "diamante em bruto". Tem uma presença dominante, uma oratória emotiva e cativadora, e utiliza referências originais e mobilizadoras. E surpreende pelo inesperado (...). Infelizmente para ele, a ausência de um aconselhamento qualificado (...) tem impedido melhores performances sustentadas em termos mediáticos, públicos e políticos”. E o chamado LPM segue com uma “uma mão-cheia de serviços” e ideias que os “consultores de comunicação lhe podiam prestar”. Vale a pena ler na íntegra.
Paulo Gorjão, no Cachimbo de Magritte, leu o que Paixão Martins escreveu e rematou:
“Pedro Santana Lopes teria muito a ganhar em ter consultores de comunicação. Admito que sim, mas confesso que me lembrei logo da fábula da rã e do escorpião”.
Pacheco Pereira, no Abrupto, reedita o seu texto do Público onde aborda o tema dizendo: “penso de há muito (...) que a relação entre políticos e agências de comunicação (...) é um dos sintomas da degradação da política contemporânea. Acrescento a este último ponto que o problema é em primeiro lugar dos políticos; os outros vão para onde estiver o mercado”.
António Mira, no blog O Insubmisso, recupera a frase "à Política o que é da política" para desafiar Santana: “Se ele quer ter uma atitude messiânica, que limpe da câmara nobre da nação a porcaria em que esta se transformou. A política portuguesa e o parlamento português têm-se vindo a transformar numa "Latoaria": é só tachos, e nenhum a favor do povo português”.
Por fim, Bruno Alves, numa revista da semana no blog O Insurgente, acaba por espelhar o essencial da questão: “o maior partido da oposição está entretido com a “novela mexicana” do conflito Santana/Menezes (...). O ódio ao Governo cresce, (...) a confiança nas mais variadas instituições parece estar à beira do fundo do poço, o Governo parece desprezar toda e qualquer manifestação de desagrado, e o PSD parece indiferente a tudo isto”.
Esse é o ponto essencial: o PS soma e segue – porque a oposição está demasiada ocupada com ela própria. José Sócrates pode ter talento – mas tem sorte, muita sorte. E como costuma dizer Júlio Machado Vaz aqui na Antena 1, a sorte nunca fez mal a ninguém...

publicado por PRD às 23:39
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Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2008

Blog da semana: Blogue dos Marretas

Sempre que aqui, na Janela Indiscreta, quero recorrer ao humor inteligente – e rápido, e certeiro, já sei onde vou: vou ao Blogue dos marretas, auto intitulado “O blogue livre que não quis ser livro!”. É assinado com pseudónimos, mas neste caso isso não tem mal nenhum, porque o é assumidamente humorístico, e vive da graça dos seus autores: Animal, Waldorf e Statler. Desde 2003 que quase diariamente sai dali asneira, isto é, piada.
No principio foi assim: “Estávamos no McDonald e saímos como brinde de um Happy Meal a um garoto mal encarado. Mais mal encarado que nós. Lembram-se de nós? Éramos aqueles que estavam no camarote do espectáculo dos Marretas. O puto queria que lhe saísse o Urso Fozzie e deixou-nos à solta. Agora ninguém nos cala, neste Blogástico”.
Nunca mais ninguém os parou e esta semana já me ri quando eles reproduziram a noticia “Banco de Portugal pode rever em baixa previsões para Portugal caso haja recessão nos EUA”, e comentaram “Pra mim isto já é concorrência desleal...”: “TEMPOS DIFÍCEIS PARA A MAYA, O MAGO ALEXANDRINO E OS BRUXOS DE VILAR DE PERDIZES”

Este Blog dos Marretas tem essa enorme virtude: estar muito atento à actualidade. Sempre no mesmo registo, sempre irónico, inteligente, bem pensado.
Podem encontrá-los em http://marretas.blogspot.com e uma visita semanal é aconselhada para os males da vida.
Por exemplo, agora que só se fala da ASAE... No final do ano, antecipando o 2008, os Marretas citaram a noticia:”ASAE diz que metade dos restaurantes e cafés portugueses estão condenados a fechar”.
E responderam: “Marretas dizem que Portugal inteiro está condenado a fechar”.
Mas como foi pouco, Animal deixou ainda esta pergunta sem resposta: “A ASAE terá livro de reclamações?”

Aí está o meu blog desta semana. Porque sempre ouvi dizer que rir era o melhor remédio...

publicado por PRD às 18:27
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Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2008

Mau ambiente

Há o debate das ideias, há a opinião, há a polémica, há o acompanhamento da actualidade – há de tudo isto na blogoesfera, como vou notando aqui diariamente.

Mas às vezes há temas que a própria blogoesfera introduz na agenda mediática. Basta que uma televisão ou um jornal estejam atentos, e ali têm pano para mangas.

Trago hoje um bom exemplo, fresquinho, do dia, que encontrei no Blogue Ambientalista da Margem Sul, A-sul.
Sob o título Criminoso Abandono, e com recurso a um vídeo onde tudo o que é denunciado pode ser conferido, lá está a história que também vos conto, citando:

“Há cerca de três anos a autarquia do Seixal deixou o seu parque técnico situado no Fogueteiro para ocupar uma construção, propriedade do Construtor A.Silva & Silva, e a este grupo arrendada por uma quantia milionária que se arrastará às futuras gerações.
A autarquia elabora actualmente para o local, contrariamente ao expectável (...) mais betão e entre esse betão uma Torre megalómana da autoria do arquitecto Manuel Salgado projecto denominado Plano de Pormenor da Torre da Marinha.

As instalações do Fogueteiro estiveram até há algumas semanas atrás, vazias mas fechadas e vedadas.

Durante cerca de três anos o espaço, apesar de desocupado, mantinha as suas características, com construções que num país e num concelho pobre como o Seixal, sendo propriedade da autarquia, podiam ter sido utilizadas para outros fins a bem da população pois são da população património (...), e podiam assim servir actividades culturais, desportivas, educativas, de lazer...o corpo de Bombeiros...foram simplesmente abandonadas.

De há algumas semanas para cá, alguém tomou uma decisão incompreensível: foi retirada a vedação que envolvia aquela área, e abandonadas as estruturas à sorte de vândalos, desapareceram portas, e janelas, os vidros restantes apareceram partidos... Sem que ninguém vigiasse ou protegesse um património que é do município, que é de TODOS NÓS !
Traficantes e consumidores de droga e outro tipo de criminosos assentaram arraiais, ocupando aquele espaço, mantendo agora os residentes naquela área preocupados e inseguros (...).
Tudo isto responsabilidade e obra total dos responsáveis autárquicos que potenciou (...) a degradação do espaço e a vontade de população em aceitar todas as imposições da autarquia.
(...)Isto é um verdadeiro acto criminoso perpetrado por autarcas, eleitos, que deveriam por obrigação zelar por aquele património de todos e pela segurança e bem-estar das populações”.

As imagens que o blog exibe não deixam duvidas. O tema merece notícia, reportagem, denúncia, e esclarecimento. Deixo-o então aqui, na esperança de que alguém o siga. A agenda também é a blogoesfera que a faz.

publicado por PRD às 18:30
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Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2008

2 anos de Cavaco

A blogoesfera costuma cultivar as datas com apuro e aprumo, mas não ligou grande coisa aos 2 anos sobre a eleição do Professor Cavaco Silva para Presidente da República, que ontem se assinalaram.
Encontrei um elogio, que é coisa rara neste universo... Eduardo Saraiva, no blog Andarilho, reafirma a convicção com que apoiou Cavaco, acha que “Os portugueses, hoje, reconhecem a importância dessa eleição”, e recupera o que escrevera antes da eleições: "Portugal não precisa de salvadores da pátria nem de homens providenciais. Simplesmente, precisa dos melhores. Por isso, considero que o professor Cavaco Silva é, de entre os candidatos, o melhor para servir Portugal".
No blog Hoje há Conquilhas, Tomás Vasques não assinala a data mas sublinha o balanço do próprio Presidente. Depois de titular “Sobre a nossa economia fala quem sabe (ou será que agora já não sabe?)”, cita: «Tenho que dizer, com seriedade, que está melhor, na medida em que a taxa de crescimento económico é hoje mais forte do que era quando fui eleito. A confiança, apesar de tudo, também é hoje mais forte do que era há dois anos a esta parte".
Não estando relacionado com o Presidente, mas muito actual neste discurso mais optimista ou mais pessimista, acabo por encontrar um interessante texto do anónimo autor do blog Jumento. Escreve:
“Os políticos portugueses ainda não perceberam que os seus discursos optimistas pouco influenciam a economia, poderão enganar os eleitores mais descuidados ou ignorantes ou distraídos, mas pouco influenciam as decisões dos investidores e agentes económicos e, em particular, dos investidores. (...) Os políticos portugueses insistem no erro de tentarem confundir os ciclos políticos com os ciclos económicos, como pouco podem fazer com os parcos instrumentos de política económica que lhes resta têm a ilusão de que o discurso político pode influenciar a realidade. O resultado é desastroso. (...) Entre uma realidade que ninguém explica e um discurso político desfasado dessa realidade os portugueses vivem num mundo de sonhos e depressões, num dia dizem-lhes que são uns malandros pouco produtivo, no outro prometem-lhes o oásis”.
Esta análise dá que pensar, especialmente nestes dias em que a ameaça da recessão paira de novo sobre as nossas cabeças.
Num momento politico especial, em que Portugal vê paz entre a Presidência e o Governo, paz e mesmo muito sintonia, esta reflexão sobre o discurso politico poderia merecer um olhar do Presidente. Ontem havia um blog que colocava Cavaco e Sócrates no corpo desenhado dos clássicos Dupont e Dupond, da banda desenhada Tintin. Nem tanto ao mar nem tanto à terra – mas que este aniversário passa por essa paz, isso passa com certeza. A blogoesfera prova-o uma vez mais.

publicado por PRD às 18:16
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Terça-feira, 22 de Janeiro de 2008

Dois lados da mesma moeda

Falemos então de dinheiro, ontem foi dia mau para as bolsas, os Estados Unidos pairam sobre a Europa, na blogoesfera há ideias, começo pelo blog Economia & Finanças onde Rui Cerdeira Branco escreve:
“Até sexta-feira passada a perspectiva mais veiculada era a de podermos estar perante algo raro: a Europa a passar pelos pingos da chuva enquanto do outro lado do Atlântico a recessão fizesse o seu percurso. Hoje, com duas ou três palavras simbólicas tudo mudou e o cenário que faz escola na cabeça de muita gente é bem mais conhecido: ninguém vai ao fundo sozinho. (...) Definitivamente, mesmo que face a condições normais, o preço de alguns “bifes” esteja muito barato, ainda não é tempo de investir na bolsa a menos que tenha nervos de aço ou que goste de “hibernar”.
João Pinto e Castro no Blogexisto é mais radical e catastrofista:

"O momento ideal para investir é quando há sangue a correr nas ruas", eis o imortal conselho do banqueiro Nathan Rothschild, fundador da dinastia do mesmo nome cuja fortuna se multiplicou com a derrota de Napoleão em Waterloo.

A recomendação é válida com duas qualificações:
a) Desde que se tenha dinheiro - de preferência muito dinheiro - para investir
b) Desde que ao sangue não se siga ainda mais sangue
Entretanto, pelo sim pelo não, recordem nas vossas orações desta noite aquela mão cheia de desgraçados que hoje vai para cama com menos um milhar de milhão de euros do que ontem”.
Igualmente pessimista encontro André Carvalho no blog Geração Rasca. Ele começa por dizes que “Apesar de nas últimas semanas já ser evidente que as bolsas entraram em ciclo bear market”,(...) José Sócrates continua a garantir, que este é que "vai ser o ano do crescimento económico e do regresso do investimento".” Mas depois assusta-se:

”Se nos últimos anos vivemos num período de crescimento económico e foi o que foi, nem quero imaginar como será a recessão”.
Recessão, crise, medo, esta é a palavra de ordem
É justamente quando estou a juntar estas ideias que passo pelo Blog Operatório e leio José Teófilo Duarte:

“Em comparação com o ano passado, os casinos portugueses duplicaram os lucros. Portugal é um dos países europeus que mais joga. Vão abrir mais três destes locais de fortuna e azar nos tempos mais próximos. Não acreditamos nos valores do trabalho, pelos vistos, mas não dispensamos o conforto das alcatifas que nos prometem sorte sem esforço”.
Lá está: crise de um lado, expansão e desenvolvimento do outro. Quanto maior é a crise, maior é a loucura de jogar com o dinheiro... Há sempre dois lados para uma mesma moeda..

 
 
publicado por PRD às 19:09
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Segunda-feira, 21 de Janeiro de 2008

Regresso ao relvado

Há já algum tempo que não observo a blogoesfera do ponto de vista desportivo, isto é, futebolístico...
A Superliga voltou, a Taça também, decidi hoje dar uma vista de olhos a ideias soltas que por aí vagueiam...
Vejamos Bruno Sena Martins, que no blog Avatares de um Desejo é sempre um comentador de precisão. Falava há bocado sobre Quaresma e os assobios de que foi alvo e escrevia: 

“É uma evidência do mercado que a principal liga portuguesa de futebol não merece a presença de um jogador da monta de Quaresma. Que nesse quadro de imerecido privilégio haja adeptos do Porto dispostos a assobiar (...) aquele que tem sido o único vestígio de majestade no período pós-mourinho é uma estupidez difícil de qualificar. Para a próxima tentem pôr esses vossos dedos nojentos na boca até sufocarem. (...) Quem não tem paciência para a prazeirosa economia de tentativa e erro do Quaresma não merece viver, muito menos arvorar-se portista”.
Violento, sem dúvida, mas não menos meigo com o jogador Vukcevic do Sporting:

“Para quem cresceu edificando a compleição emocional a ver futebol, Simom Vukcevic representa um óbvio anti-psicótico. Pode ganhar milhões e desprezar tudo aquilo que nos foi negado, mas não sabe o que perde”.
Ainda no terreno verde, vou até ao blog Pastoral Portuguesa, onde Rogério Casanova prometeu que só voltaria a escrever quando o Sporting cometesse proeza que agora nem me ocorre. Mas ele lá voltou na mesma, para dizer: “Espero que os mais cínicos entre vós não venham com argumentos aborrecidamente literais para questionar o inquestionável: o meu mérito pessoal em tudo isto. Parece-me evidente que o Sporting não tem, nesta altura, o plantel necessário para golear um clube que joga apenas três escalões abaixo do seu sem a minha colaboração activa. (...) Se o Sporting não ganhar ao Porto comprometo-me a ler na íntegra aquele livro do José Rodrigues dos Santos sobre filatelia, e a postar aqui um exaustivo relatório no prazo máximo de sete dias úteis após o apito final”. Nova promessa, portanto.
Do lado do Porto, encontro José Gabriel Quaresma no blog Finta e Remate. Escreve ele: “Matemáticas, deslizes, o Porto é a melhor, mais sólida e eficaz equipa a jogar em Portugal, e por isso vai sozinho, abandonado, mas feliz lá na frente. Se há gente que não se grama, dentro do balneário, em campo 11 dragões formam um só. Parem então os boatos. Sempre se disse que o balneário do Benfica era o mais triturador de todos. Publicamente é o reino dos céus”.
E assim fecho o dia do lado do Benfica, onde encontro Rodrigo Moita de Deus, no 31 da armada, confirmando:
“Estamos mesmo em crise: dei por mim a festejar a vitória do Benfica, por um a zero, em casa, num jogo com o Feirense”.
Ou melhor ainda o Tó no blog Águia de Ouro: “E o Benfica lá passou!
Exibição pobre, rasgos de qualquer coisa de equipa de 1ª linha (...)! José António Camacho criticou, mas também ele terá culpas no cartório em relação aos jogos e exibições dos seus pupilos!”

Sofre-se muito no futebol. E nos blogues também, digo-vos eu...
publicado por PRD às 23:03
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Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008

Blog da semana: Minisaia

Fevereiro de 2006: “Qual a importância das minissaias nos dias que correm? As minissaias são um pretexto encontrado pelas mulheres para se sentirem mais confortáveis, e, ao mesmo tempo, mais sexys e femininas... (...) E a verdade é que esta peça de vestuário está longe de ser pacífica! Ora se requer curta, ora se requer mais comprida... Nunca é indiferente a ninguém! Assim também se pretende que este blog posso ser uma peça irreverente das mulheres, ao serviço de alguns homens mais ousados... Um utensílio útil e versátil, que permita seguir as modas e as tendências”
Assim nasceu Minissaia, o blogue de Alice, uma mulher que conta algures por lá a sua história: é uma interessada por moda, fã das revistas da especialidade, e repentinamente deu consigo a viver em África, país não identificado, e sem hipótese de comprar as suas revistas ou mesmo roupas favoritas.
Vai dai, fez um blog. Através da Internet consegue estar a par das modas e tendências, e construiu o blog de forma a sugerir, aconselhar e orientar as suas leitoras. Ou seja, no Minissaia há ideias, sempre acompanhadas de fotos ou links, sobre o que vestir e como vestir, mas também há consultório interactivo com as leitoras.

Exemplo:
“A mini-saia recebeu da Sofia a seguinte mensagem:

Gostava de saber se é possível dares alguma dica sobre decotes. Onde posso encontrar blusas/tops com decotes (bem arrojados!), para uso no dia-a-dia e à noite?”

E a Alice responde:

“São muitas as mulheres que gostam de usar decotes pronunciados. Contudo, nesta como em qualquer outra área, convém ter algum cuidado, na medida em que os decotes pronunciados não ficam bem a toda e qualquer mulher!”... E vai por aí fora...

Seguem-se os conselhos mais práticos, com recurso a imagens, preços, lojas. Tudo feito via-internet.
“Um blog de mulher para mulheres, bem como para homens que pretendem agradar às mulheres! Todas são bem-vindas, quer usem ou não mini-saia... E todos serão também bem-vindos, quer apreciem ou não a bela da mini-saia!”, escreve Alice – que, com esta boa ideia, viu o seu blog, em menos de um ano, chegar aos mais vistos de Portugal. Tem uma média de 2000 visitas por dia, tem um ranking de um milhão e 400 mil páginas vistas, só esta semana já passou as 16000 visitas.
Um caso de sucesso que começou por ser uma brincadeira mas corre o risco de se tornar um caso muito sério.
Eis então o meu blog da semana: http://minisaia.blogspot.com . Mais para elas do que para eles, mas obviamente para eles também, já que a moda, quando nasce, é mesmo para todos.

publicado por PRD às 18:22
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Estes textos são escritos para serem “falados”, ou “lidos”, pelo que não só têm algumas marca de oralidade (evidentemente, propositadas...) como é meu hábito improvisar um pouco “em cima deles” no momento em que gravo a rubrica. Também é relevante dizer que, dado tratar-se de uma “revista de blog’s” – e uma vez que os blog’s não se preocupam com a oralidade ou com a eventual citação lida dos seus textos -, tomo a liberdade de editar minimamente os textos que selecciono. Faço-o apenas para que, em rádio, não se perca a ideia do blogger pelo facto de escrever frases longas e muito entrecortadas. Da mesma forma, não reproduzo palavrões nem frases pessoalmente ofensivas, assim como evito acusações cuja possibilidade de prova é diminuta ou inexistente. Sendo uma humilde crónica de rádio, tinha ainda assim de ter alguns princípios. São estes. Quem tiver razão de queixa, não hesite!

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