Quinta-feira, 7 de Janeiro de 2010

Outra vez o casamento entre pessoas do mesmo sexo...

É incontornável voltar ao casamento entre pessoas do mesmo sexo – a lei chega amanhã ao Parlamento, vai ao mesmo tempo ser debatida e votada uma petição para um referendo. E na blogoesfera os ânimos agitam-se e escaldam. No blog Jugular, Isabel Moreira irrita-se: “Cada vez que se lê uma piadola no 31 da armada, eu agradeço. Porque me recordo que há uma razão essencial para acabar com a homofobia legal. É que a homofobia existe. E cabe à lei, no caso de discriminações injustificadas, dar o sinal à sociedade, esse sinal que se chama inclusão. Se a lei vier a ser promulgada, o Estado deixa de estar ao nível da ofensa gratuita que as palavras do Manuel Castelo-Branco encerram. E como essas, tantas que foram escritas no 31 da Armada, com as caixas de comentários devidamente escancaradas e permissivas a todo o tipo de insulto pessoal, à homofobia mais furiosa”.

Manuel Castelo-Branco responde:  “O seu post insultuoso, fundamentalista e quase histérico é típico dos cristão novos que tanto querem renegar o seu "legacy" ou a sua herança, que se tornam mais "papistas que o papa". O mesmo aconteceu recentemente na administração Bush com os neo cons, com os resultados que se viu. (...) O seu problema Isabel, é uma total falta de humor, e curiosamente uma enorme dificuldade em entender a diferença e viver com ela. A vida é feita de humor e os blogs de provocação, mas para si a vida é tão séria e cinzenta que deve ser uma chatice Deve-se viver com alguma capacidade de encaixe, que a Isabel parece não tem”. Paulo Pinto Mascarenhas junta-se, no ABC do PPM, e acha que Isabel Moreira “não parece entender é que a sua opinião é a mais homofóbica das opiniões: nunca ninguém se lembrou de pedir aos heterossexuais que assumam seja o que for”.

Isto é polémica – e deixo o exemplo avulso para se perceber como os ânimos podem aquecer e ferver. Mas também há quem mantenha a compostura. Por exemplo, João Pinho de Almeida, deputado do CDS, no blog Da Ultima Fila: “Para enquadrar a posição que já manifestei sobre o casamento e a adopção por pessoas do mesmo sexo, deixo aqui um excerto da minha declaração de voto na Revisão Constituicional de 2004”. E deixa mesmo, manifestando que " todo o debate relativo a direitos dos homossexuais deixa de fazer sentido, uma vez que estes, como os heterossexuais não têm direitos e deveres em função da sua orientação sexual mas em função da sua condição de cidadãos.". Michael Seufert, no mesmo blog: “Tem sido muito assim no passado: aborto, casamento, eutanásia... Parece que estes temas voltam sempre que o país menos precisa deles, e se substituem na agenda política e mediática ao desemprego, à dívida pública ou ao estado da justiça”.

No meio, entre quem discute de forma acesa e quem se mantém no patamar do debate meridiano, encontro Pedro Santana Lopes: “É lamentável que determinados Partidos ignorem uma petição de mais de 90.000 pessoas para que se realize um referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Só vale essa vontade quando é paraa interrupção voluntária da gravidez?”

É assim que o tema anda – entre a exaltação, a calma e o protesto com algum sentido...

 

publicado por PRD às 02:44
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De grande pene a 24 de Agosto de 2010 às 15:05
Olá, estou a estudar Português e eu aconteceram em seu blog que bom!


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Estes textos são escritos para serem “falados”, ou “lidos”, pelo que não só têm algumas marca de oralidade (evidentemente, propositadas...) como é meu hábito improvisar um pouco “em cima deles” no momento em que gravo a rubrica. Também é relevante dizer que, dado tratar-se de uma “revista de blog’s” – e uma vez que os blog’s não se preocupam com a oralidade ou com a eventual citação lida dos seus textos -, tomo a liberdade de editar minimamente os textos que selecciono. Faço-o apenas para que, em rádio, não se perca a ideia do blogger pelo facto de escrever frases longas e muito entrecortadas. Da mesma forma, não reproduzo palavrões nem frases pessoalmente ofensivas, assim como evito acusações cuja possibilidade de prova é diminuta ou inexistente. Sendo uma humilde crónica de rádio, tinha ainda assim de ter alguns princípios. São estes. Quem tiver razão de queixa, não hesite!

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